Você tem uma ideia de startup, talvez até um protótipo. Mas será que a dor que você está tentando resolver realmente existe?
Mais importante ainda: será que ela é grande o suficiente, frequente o suficiente e urgente o suficiente para alguém pagar por isso?
Antes de pensar em MVP, landing page ou pitch deck, você precisa validar o problema.
Neste conteúdo, você vai aprender como validar a dor do seu cliente com estrutura, sem achismos, e transformar isso no maior ativo estratégico da sua startup.
1. O que é validação de problema?
Validação de problema é o processo de investigar se a dor que sua solução pretende resolver realmente existe, é relevante e é prioritária para o seu público-alvo.
Ela é a primeira etapa da validação de uma startup — vem antes do MVP, da solução e do pitch.
Você só deve seguir adiante quando:
- Entender profundamente o contexto da dor
- Identificar padrões em diferentes pessoas
- Perceber disposição real de resolver o problema
📌 “O maior erro dos founders é construir algo antes de validar se a dor é real.”
2. Por que pular essa etapa coloca sua startup em risco?
Pular a validação de problema é como construir uma casa em terreno arenoso. Você pode acertar o MVP, o canal de aquisição, o branding… mas se o problema não for relevante, não vai haver demanda real.
Exemplo clássico:
Um founder constrói um app para “organizar a rotina de estudantes”. Parece útil. Mas nas entrevistas, descobre-se que o maior problema dos estudantes não é organização — é motivação. Ou falta de estrutura para estudar.
👉 Resultado: a solução é boa, mas para o problema errado.
3. Como conduzir entrevistas de validação (sem viés)
A melhor forma de validar problema no início é conversando com pessoas. Mas atenção: entrevistas mal feitas reforçam crenças erradas.
Como fazer:
- Liste de 15 a 30 pessoas que representem seu público-alvo
- Marque conversas (15–30 minutos)
- Grave ou anote tudo
Perguntas que funcionam:
- Me conta um dia típico seu em relação a [contexto da dor]?
- Qual foi a última vez que você enfrentou [problema]?
- O que você tentou fazer para resolver?
- O que funcionou / o que não funcionou?
- Como isso impacta sua vida ou seu trabalho?
Evite:
- “Você usaria um app que…?”
- “Você acha essa ideia boa?”
- “Se existisse isso, você pagaria?”
📌 Você está procurando por comportamentos, não opiniões.
4. O que analisar: padrões, frequência e impacto
Depois das entrevistas, organize os aprendizados:
Critério | O que observar |
---|---|
Padrão | Aparece em pelo menos 60–70% das entrevistas? |
Frequência | Acontece toda semana? Todo dia? Raramente? |
Impacto | Gera frustração real? Perda financeira? Estresse? |
Quanto maior o padrão, a frequência e o impacto, mais valida é a dor.
5. Como transformar aprendizados em hipóteses para teste de solução
Uma dor validada não é um produto ainda — mas é o combustível ideal para construir um MVP com foco.
A partir do que você aprendeu, você pode formular hipóteses como:
“Acreditamos que [perfil] enfrenta [problema específico] frequentemente e está disposto a [ação] se tiver acesso a [tipo de solução].”
Essa hipótese vai guiar seu MVP, landing page, pricing e narrativa.
📌 Validação de problema é o que separa uma startup com base sólida de um projeto que vai pivotar 4 vezes em 3 meses.
Conclusão: problema validado é o seu ativo mais valioso
Você não precisa de uma linha de código para começar. Precisa de 15 a 30 conversas bem conduzidas com pessoas reais.
A clareza sobre o problema transforma tudo: MVP mais assertivo, pitch mais direto, investidor mais interessado.
Não construa no escuro. Valide primeiro.