A inovação é o que separa as empresas de destaque das demais no mundo de hoje.
Inovação, inovação, inovação… Um conceito já martelado em nossas cabeças por nossos chefes, colegas e por tudo que vemos na Internet. Mas afinal, o que é exatamente é essa tal de inovação e como você pode inovar?
Há um motivo para que a inovação seja um assunto tão abordado, ela realmente é muito poderosa. Uma pessoa inovadora é um dos profissionais mais cobiçados do mercado, além de um potencial empreendedor de sucesso.
Então, para entender melhor como você pode inovar e se destacar da multidão, neste artigo vou te mostrar o que é inovação, quais são os tipos e um passo a passo para inovar e pensar fora da caixa.
O que você vai aprender:
O que é inovação?
Imagine o mundo como conhecemos hoje. O computador ou celular que você está usando para ler isso, a Internet que precisa estar sempre conectada, talvez você também goste de usar seus fones de ouvido enquanto lê.
Quem imaginaria isso tudo algumas décadas atrás?
No mundo empresarial, inovar é pensar em novas formas, caminhos ou estratégias para atingir determinado objetivo. Mas acredito que a inovação vai muito além disso, podendo mudar completamente a sociedade.
A Apple é um dos grandes exemplos que uniu a definição empresarial de inovação com o fator “vamos mudar o mundo”. Considerada a empresa mais inovadora do mundo, levou na qualidade dos seus produtos o seu propósito de ir contra o status quo. Seu comercial de 1984 mostra isso bem.
Para entender mais sobre o que é inovação, é muito importante conhecer e diferenciar quais são os tipos de inovação existentes. É isso que vamos ver agora!
Os tipos de inovação
Podemos separar os tipos de inovação numa matriz que, num eixo, está o avanço tecnológico e, no outro, o impacto no mercado como um todo.
Matriz da Inovação
O que significa cada um desses pontos?
Inovação incremental: é a melhoria contínua de produtos, serviços ou processos; ocorre no curto prazo, num mercado já existente e envolve pouca tecnologia.
Inovação arquitetônica: é a modificação de soluções existentes para mercados completamente novos, mas com pouco avanço tecnológico.
Inovação disruptiva: esse tipo de inovação acontece quando novas tecnologias quebram completamente com algo num mercado já existente. Um exemplo é o Uber no mercado já existente da mobilidade urbana.
Inovação radical: quando a empresa usa uma nova tecnologia num novo mercado; são produtos, serviços ou processos com um alto avanço tecnológico que substituem ofertas já existentes.
Inovação na Empresa
Agora, quando falamos em inovação dentro de empresas já consolidadas, precisamos separá-la em dois tipos principais: inovação fechada e inovação aberta. O que significa cada uma?
A inovação fechada ocorre quando a empresa mantém todo o processo de inovação dentro dela. Ela usa somente os próprios departamentos e recursos e acredita que o primeiro a colocar a ideia no mercado ganha
A inovação aberta é muito mais cooperativa. A empresa que aplica a inovação aberta está disposta a encontrar novas ideias com parceiros, geralmente é o que garante os melhores resultados.
A inovação pode ocorrer nas mais diversas áreas da empresa. Alguns pontos que o investidor-anjo brasileiro João Kepler aponta para inovação na empresa são: produção, comercialização, vendas, distribuição, operação, redes, cadeias de valor, cobrança e relacionamento.
Ecossistema de inovação
Uma das melhores formas de inovar e escalar o processo de inovação, seja numa grande empresa ou numa startup, é fazendo parte de algum ecossistema de inovação.
Ecossistemas, na biologia, são conjuntos de comunidades que vivem juntas e interagem entre si e com o ambiente. No mundo dos negócios, esses ecossistemas são a junção de diversos agentes com objetivos em comum.
Quando falamos em ecossistema de inovação, estamos falando de um ecossistema com diversos agentes, tanto públicos quanto privados, com o objetivo de gerar mais inovações. Quais são esses agentes:
Incubadora: local criado para abrigar empresas oferecendo uma estrutura configurada para estimular, agilizar, ou favorecer a transferência de resultados de pesquisa para atividades produtivas.
Hubs de inovação: espaços compartilhados de trabalho que servem como local de conexão, ou seja, vão muito além de apenas um espaço de trabalho compartilhado.
Aceleradora: é uma organização que apoia e investe no desenvolvimento e expansão de empresas que trazem conceitos inovadores, com ideias repetíveis e escaláveis.
Parques tecnológicos: complexos produtivos industriais e de serviços de base científico-tecnológica, de caráter cooperativo, reunindo empresas focadas em Pesquisa e Desenvolvimento.
Universidades: algumas universidades estão mais envolvidas no ecossistema de inovação e promovem, principalmente, pesquisas de base para gerar grandes inovações.
Centros de P&D: os centros de Pesquisa e Desenvolvimento têm o objetivo de gerir inovações que serão aplicadas como soluções ou em melhoria de processos, produtos e serviços.
Empresas: têm grande interesse no processo de inovação e na aplicação de novas ideias e tecnologias lucrativas. Muitas vezes criam programas para incentivar a inovação com agentes de fora da empresa.
Startups: são novas empresas já construídas com a própria base sendo de inovação. Têm um interesse maior ainda por inovação, porque é o que sustenta o seu negócio. Os empreendedores por trás desses negócios geralmente são grandes inovadores.
Instituições públicas: fomentam ações para incentivar o empreendedorismo e inovação, atuando tanto na área de pesquisa com universidades públicas quanto liberando crédito para a inovação.
Investidores: os investidores têm um enorme papel no desenvolvimento da inovação. São eles que sustentam novas startups e viabilizam diversos projetos. Podem ser tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
Agora que você já sabe o que é inovação, quais são os tipos e onde estão os principais agentes, está chegando a hora de botar a mão na massa! Vamos ver como inovar na prática.
Como inovar na prática
Seja você um empreendedor ou um profissional numa grande empresa, vou te mostrar alguns passos simples para que você possa inovar no seu trabalho. O primeiro passo é entender a relação entre criatividade e inovação para aprender a ser mais criativo e pensar fora da caixa. É simples!
Inovação começa com criatividade: como ser mais criativo?
Inovação e criatividade são termos muito relacionados. Para ser um inovador de sucesso, é preciso entender um pouco sobre criatividade. A boa notícia é que não é difícil ter ideias criativas!
A criatividade nada mais é do que olhar além do óbvio, saindo da maneira tradicional de ver o mundo para pensar em algo novo. Já a inovação é a habilidade de gerar ideias criativas e executá-las.
Muitos falam sobre pensar fora da caixa, exigindo ideias criativas, mas não mostram como encontrá-las. Vou te mostrar agora 5 passos para fazer isso.
- Amplie os seus horizontes
O primeiro passo para ser mais criativo é ampliar os seus horizontes. Como fazer isso? Converse com pessoas diferentes, conheça ambientes diferentes, consuma conteúdo e informação de diversas fontes, tenha a mente aberta e procure enxergar além do óbvio.
- Conheça bem a caixa para poder sair dela
Antes de sair da caixa, conheça a caixa da qual você quer sair. Se você quer inovar dentro da sua empresa, em que área você quer fazer isso? Quais são as regras nesse lugar? Como é esperado que todos se comportem?
Como exemplo, vamos imaginar que queremos descobrir um novo jeito de fazer um post para blog, já que é o que você está lendo. Primeiro é preciso entender o que é necessário para ter um bom post, vou resumir em: conteúdo de qualidade, leitura leve e um design agradável.
- Adicione algo que vá além do tradicional
Depois de entender a caixa, pense em algo que vá além, algo absurdo, que talvez nem pareça relevante, como um portal que vai te levar para o lado criativo do problema. Isso é necessário para nos levar do que conhecemos para o que pode ser explorado.
Voltando ao exemplo do blog, é a hora que pegamos um dos pontos necessários para um bom post e vamos além. Vou pegar a leitura leve como exemplo. Levando ao absurdo, podemos imaginar que ao invés de ler, o post será todo narrado. Mas como fazer isso?
- Pratique o pensamento longo
Uma vez fora da caixa, é muito fácil sentir-se perdido, sem saber muito bem para que lado explorar. É preciso resistir à tentação de voltar para a caixa. Como fazer isso?
Pratique o pensamento longo, deixe o seu pensamento te levar longe, sem julgamentos e com a mente aberta. Combine novas ideias e princípios, busque por alternativas, não respostas corretas, pois não há resposta certa na criatividade.
No nosso caso do blog, quero fazer o texto ser todo narrado. Uma alternativa é o próprio autor ler o texto e disponibilizar um botão para que o usuário possa ouvir. Outra alternativa seria criar um plugin onde algum usuário leria esses textos e disponibilizaria a gravação para os outros.
- Entenda o valor da nova ideia
Quando chegamos a uma nova ideia, há uma forte tentação de acabar com ela logo de cara. Um pensamento comum é “Se essa ideia é tão boa, alguém já teria feito!”. Resista a esses pensamentos e veja como a sua ideia pode melhorar algo.
Eu sei que já tem como fazer o post ser narrado num clique de um botão, mas como eu poderia fazer diferente, tornando a leitura ainda mais agradável? E assim vai…
11 pontos para grandes inovações
Em 2014, Guy Kawasaki, um dos responsáveis pela divulgação do primeiro computador do Apple, falou sobre inovação numa palestra para o TEDx. Ele destacou 11 pontos para criar grandes inovações, que eu vou te mostrar agora.
1. Comece pelo significado
Muitos pensam em inovação apenas para ganhar dinheiro, mas o segredo para ser um grande inovador é criar significado, pensar em como você quer mudar o mundo.
Quem começa com o único propósito de fazer dinheiro, provavelmente não vai nem inovar nem fazer dinheiro. Quem começa com um propósito, vê o dinheiro como consequência.
A Apple, por exemplo, começou com o propósito de democratizar o acesso a computadores pessoais, permitindo que qualquer pessoa tivesse o poder de ter um computador em casa. Qual é o propósito da sua empresa?
2. Crie um mantra ao invés de uma missão
Um mantra é uma explicação em uma única frase do porquê o seu propósito deveria existir. Um mantra não é nem um slogan nem uma declaração de missão.
Mas por que criar um mantra ao invés de uma missão? Um mantra é muito mais objetivo e comunica de forma muito mais clara o significado. Veja o mantra da Nike: “Desempenho Atlético Autêntico”. Isso resume o que a marca oferece: melhor desempenho para atletas de forma autêntica.
3. Pule para a próxima curva
Um dos segredos para criar grandes inovações é ir além do óbvio. Não criar algo que vá melhorar apenas um pouco o que já existe, mas sim criar o futuro, a solução que todos irão adotar, como a Apple com os iPhones.
4. As 5 características de produtos inovadores
Há 5 grandes características de produtos inovadores: são profundos, inteligentes, completos, empoderadores e elegantes.
Profundo no sentido de apresentar diversos benefícios. São inteligentes, porque resolvem dores reais de consumidores. Completos, porque vão muito além do que é visto. Seus usuários sentem-se empoderados pela solução. Também são elegantes, com uma boa experiência para o usuário.
5. Não espere o momento perfeito
Não espere ter as 5 características citadas no último ponto. O mais importante para inovar é dar o primeiro passo, começar e aprender com o tempo. Não tem problema começar com imperfeições no seu produto ou serviço, ainda mais quando realmente é algo na próxima curva.
6. Aprenda com o cliente
Quando lançamos uma grande inovação, pensamos que está tudo definido: quem são os clientes, o que eles querem, como podemos ajudá-los. Mas a realidade é diferente.
Ao botar em prática, surgem diversas questões que antes eram inimagináveis. O importante é estar atento, ouvir e adaptar-se ao que o cliente realmente quer.
7. Polarize
Outra característica de grandes inovações é que elas polarizam as pessoas: ou são amadas ou são odiadas. É só olhar o exemplo da Apple com seus clientes que amam a marca e a guerra que existe com quem a odeia.
8. Teste muito
É essencial estar em constante adaptação. Seguindo o ponto 6, que é ouvir o cliente, surgirão diversos testes para fazer e aprender ainda mais sobre o que o cliente quer. Pessoas inovadoras não têm preguiça de testar muito.
9. Crie um nicho onde você tenha valor e seja único
Você precisa encontrar uma forma de ter um produto ou serviço único e que tenha valor. O que tem valor e não é único precisa competir por preço. O que é único, mas sem valor, é ignorado.
Não preciso nem comentar o que acontece com o que não é único nem valorizado, né? Então encontre uma forma de gerar valor de forma única!
10. Treine o seu pitch
Grandes empreendedores estão sempre prontos para vender a sua ideia. O pitch não é nada mais que isso, a apresentação persuasiva da sua ideia. Saiba apresentar o que você fez tanto em 1 minuto quanto em 1 hora.
11. Não deixe que te derrubem
Ao criar algo novo, muitas pessoas vão tentar te derrubar. Às vezes, essas pessoas só querem ajudar e acham que você vai se dar mal fazendo aquilo, outras vezes elas têm medo de mudanças. Seja como for, confie no seu taco e persista.
Essas são algumas dicas para ser mais criativo e criar grandes inovações. Na próxima parte desse texto, vou te mostrar como inovar tanto em startups quanto em grandes empresas, além de apresentar a abordagem das metodologias ágeis para isso.
Inovação em startups
Ao falar de inovação, as startups geralmente dominam a conversa. Isso porque esses negócios são construídos numa base inovadora, com o poder de deixar empresas tradicionais para trás quase que da noite para o dia.
Uma startup é uma organização temporária buscando desenvolver um produto ou serviço com um modelo de negócios repetível e escalável num ambiente de incerteza extrema, resolvendo um problema onde a solução não é óbvia.
Indo de zero a um
Em seu livro “De Zero a Um”, Peter Thiel, cofundador do PayPal e um dos grandes empreendedores e investidores americano, levanta uma bandeira um tanto quanto polêmica: empreendedores devem buscar monopólios!
Desde quando monopólio é uma coisa boa?
O argumento de Thiel é que o empreendedor deve buscar algo completamente novo, que as inovações devem ser no mínimo 10 vezes melhores do que o que já existe hoje.
Assim o monopólio seria uma condição natural, uma empresa dessas não estaria competindo com o que já existe. Thiel defende apenas os “monopólios” inovadores e dinâmicos, não os monopólios como os conhecemos hoje.
Inovação x Disrupção
Mas será que, para ter sucesso, toda empresa precisa necessariamente quebrar totalmente com o que já existe, como Peter Thiel defende?
Não necessariamente, há muitas startups de sucesso que são inovadoras, mas não disruptivas. Uma empresa inovadora é aquela que melhora algo que já existe, enquanto uma disruptiva é aquela que cria algo totalmente novo.
Por isso é importante entender qual é o objetivo do empreendedor por trás da startup, geralmente os mais disruptivos são os que querem construir negócios gigantes. Mas muitos não querem ter o próximo unicórnio (que é quando uma startup atinge U$ 1 bilhão de valor de mercado) e tudo bem!
O Método Lean
O conceito da metodologia Lean Startup, ou Enxuta, nas startups foi cunhado por Eric Ries no livro “A Startup Enxuta”. O termo é referência aos métodos enxutos de produção do Toyotismo.
O foco do desenvolvimento da startup com esse método é uma abordagem científica para a construção de um negócio, com o foco total em descobrir e aprender o que o cliente realmente quer e precisa.
Uma das bases desse método é o Ciclo Lean, que consiste em criar MVPs (Mínimo Produto Viável) para aprender. Vamos ver, daqui a pouco, o que é esse ciclo. Essa abordagem garante uma economia de tempo e dinheiro na criação de um negócio.
As fases da inovação em startups
Podemos resumir as fases de uma startup em 4: ideação, operação, tração e scale-up. Já temos um artigo que aborda o que é cada uma dessas fases. Agora eu vou te mostrar qual é o foco da startup e da sua equipe em cada uma delas.
Ideação
A ideação é a fase inicial, quando o empreendedor tem apenas a ideia da startup. O foco aqui deve ser levantar hipóteses que serão testadas no Ciclo Lean. Geralmente a equipe tem dedicação parcial nessa fase do projeto.
Operação
Agora começam os primeiros testes da inovação. O foco é testar e confirmar as hipóteses levantadas com um Mínimo Produto Viável. A equipe começa a usar suas competências essenciais e complementares na criação do negócio.
Tração
Finalmente a startup passou dos estágios iniciais e tem um produto validado! A equipe agora precisa de dedicação total para construir um motor de vendas que levará a inovação a um grande crescimento.
Scale-up
Uma scale-up é uma startup que deu certo. O foco agora é criar processos, expandir a equipe e otimizar o produto ou serviço para garantir o sucesso da inovação.
Inovação em grandes empresas
Chegamos, agora, num tópico delicado: a inovação nas grandes empresas. Será que é possível realmente criar um ambiente inovador nessas grandes empresas? Se sim, como fazer isso?
Uma pesquisa da McKinsey & Company realizada com mais de 2.500 executivos em mais de 300 empresas mostrou que há 8 atributos essenciais que estão presentes em grandes empresas com um alto desempenho em inovação.
Os 8 atributos essenciais
Quer ver quais são esses 8 atributos essenciais que líderes de grandes empresas inovadoras possuem?
- Aspirar: a empresa considera a inovação como algo crítico e tem metas por toda a organização que provam isso?
Para inovar, só palavras inspiradoras não bastam, é preciso tornar isso um objetivo que possa ser quantificado, fazendo parte da estratégia da empresa. Os planos criados também devem ser espalhados por todas as unidades.
- Escolher: a empresa investe num portfólio balanceado de novas iniciativas com recursos suficientes para vencer?
Inovar é arriscado, por isso algumas grandes empresas evitam a inovação. O ideal é criar um portfólio com risco equilibrado e investir os recursos necessários para o desenvolvimento da inovação. Saber escolher as melhores oportunidades faz parte da estratégia da empresa.
- Descobrir: a empresa tem insights diferenciados do negócio, mercado e tecnologia que podem virar grandes propostas de valor?
Inovações surgem através de insights valiosos, então é importante incentivar esse processo de descoberta na empresa. Uma boa técnica é analisar problemas a serem resolvidos, tecnologias que criem a solução e um modelo de negócios que gera dinheiro disso.
- Evoluir: a empresa constrói novos modelos de negócios que produzem fontes de lucro defensáveis e escaláveis?
Negócios inovadores estão sempre de olho em sua posição no mercado e em como podem criar novas oportunidades antes que seja tarde demais. Foi necessário aprender isso depois de ver muitas empresas tradicionais ficando para trás.
- Acelerar: a empresa quebra a competição ao desenvolver e lançar inovações de forma rápida e efetiva?
Infelizmente, a burocracia das grandes empresas pode matar o processo de inovação. É preciso garantir o espaço para que novas ideias possam ser testadas o mais rápido possível para ter o feedback dos clientes.
- Escalar: a empresa lança inovações na escala correta nos mercados e segmentos relevantes?
Algumas ideias são para mercados de nicho, outras podem ser altamente escaláveis. Definir a ideia onde a inovação se encaixa nos mercados e segmentos é essencial.
- Ampliar: a empresa ganha por criar e capitalizar redes externas?
Empresas inovadoras vão além de si mesmas, contando com ideias, talentos e colaboradores externos. Elas buscam parceiros que possam contribuir com o processo de inovação.
- Mobilizar: a empresa investe num portfólio balanceado de novas iniciativas com recursos suficientes para vencer?
A inovação, claro, faz parte da cultura das empresas mais inovadoras. Pense em como a sua empresa pode estimular, encorajar e recompensar aqueles que tomam atitudes inovadoras.
Estrutura para inovação
Há basicamente duas formas de estruturas organizacionais para sustentar a inovação. Uma delas é a hierárquica, a outra é a horizontal. Qual a diferença entre elas?
Na estrutura hierárquica, a inovação é concentrada numa área específica da empresa voltada somente para isso. Já, na horizontal, a inovação é incentivada por toda a empresa.
Empresas também podem fazer inovações para fora ou para dentro. As inovações para fora têm impacto direto no cliente, enquanto as inovações para dentro muitas vezes não são percebidas pelo cliente.
De novo ele: o Método Lean em grandes empresas
Quando falei das startups, comentei sobre o Método Lean e como ele é muito usado por essas novas empresas. Mas esse método também pode ser usado por grandes empresas. Deixa eu te mostrar um exemplo.
A General Electric, uma das maiores empresas do mundo, estava prestes a lançar uma bateria inovadora, com o público-alvo sendo outras empresas que iriam usá-las. Com uma grande pesquisa de mercado e páginas de relatórios, acreditavam que aquilo era o certo a se fazer.
O CEO daria ao gerente-geral, Prescott Logan, U$ 100 milhões para instalar uma fábrica e começar logo a produção. Mas Prescott parou por um segundo e pensou que aquilo não estava certo. Ele viu como era preciso, antes de tudo, checar as hipóteses.
Então ele e sua equipe de desenvolvimento de clientes viajaram o mundo inteiro e o que ele descobriu foi que os requisitos eram diferentes em cada segmento de indústria.
Se Prescott tivesse seguido o plano sem conversar com possíveis clientes, a empreitada teria sido um grande fracasso. Ele inverteu a lógica: descobriu quem eram os clientes, o que queriam e depois construiu a fábrica.
Por isso é tão importante entender os novos métodos que vieram para inverter a lógica do desenvolvimento. E é isso que eu vou te mostrar agora: as metodologias ágeis!
Metodologias Ágeis
Os métodos ágeis estão sendo cada vez mais utilizados por diversos tipos de empresa. Eles surgiram como uma tentativa de adaptação por parte da indústria de softwares que tentava imitar uma abordagem de gestão de grandes empresas tradicionais.
Alguns desses métodos foram além da indústria de softwares, e são esses que eu vou te mostrar agora.
Scrum
O Scrum é um dos métodos ágeis mais populares. Ele tem 3 pilares fundamentais: transparência, inspeção e adaptação. Esse é um método que acelera muito o processo de desenvolvimento das inovações.
A equipe Scrum é constituída por um Product Owner, que comanda a visão do produto, um Scrum Master, que sabe tudo sobre o método e auxilia todos a entendê-lo, e o Dev Team, que é o time de desenvolvimento.
Tudo começa com um Sprint Planning, a reunião de planejamento semanal onde é definido o que será feito. Todos os dias a equipe se reúne por cerca de 15 minutos para discutir o que foi feito, o que precisa ser feito e levantar possíveis pontos de discussão. Por fim, há uma revisão geral do sprint.
Lean
O Lean é outro método muito utilizado. Já mostrei, nesse artigo, como startups e grandes empresas podem aproveitá-lo. Mas o que exatamente é esse método Lean?
O fundamento por trás do Lean é a redução do desperdício. Essa redução leva a um aumento de produtividade e qualidade. Há 7 tipos de desperdícios que o Lean se propõe a evitar: defeitos, superprodução, espera, transporte, movimentação, processamento inapropriado, estoque.
O Lean é ideal para validar ideias, hipóteses e inovações, tendo como base o Ciclo Lean de 3 passos: construir, medir e aprender. Para dar uma volta nesse ciclo, é preciso saber o que aprender, como medir e, só então, construir.
Kanban
Kanban é uma palavra japonesa que significa “cartão” ou “sinalização”. O método consiste em uma série de princípios para melhorar o desempenho e reduzir o desperdício eliminando tarefas desnecessárias.
O Kanban geralmente é utilizado como complemento para outros métodos ágeis em inovações justamente por ser muito visual. Há um quadro falando os afazeres, o que está sendo feito e o que já foi feito.
Sua principal função é garantir que o trabalho da equipe esteja visível e que seu fluxo de trabalho seja claro, eliminando todas as pendências e bloqueadores de tarefas.
Design Thinking
O Design Thinking não é exatamente uma metodologia ágil, mas resolvi reservar uma parte desse texto somente para ele por causa da sua importância e usabilidade.
É uma forma de pensar que ajuda a identificar problemas e colocar o cliente em primeiro lugar. Isso é feito adotando práticas do design para visualizar melhor as mudanças e necessidades do cliente.
O Design Thinking possui 5 etapas essenciais: empatia, definição, ideação, prototipação e validação.
Agora que você sabe os tipos de metodologias ágeis que podem ser usadas, está na hora de seguir na nossa jornada: vamos ver como gerir a inovação!
Gestão da inovação: as bases para continuar inovando
Seja uma startup ou uma empresa já consolidada, saber como gerir o processo de inovação é essencial para ter um negócio altamente inovador. Como, então, você pode contribuir para a inovação na sua empresa?
Em qual nível inovar?
Há basicamente três níveis que você precisa ter em mente na hora de inovar. Em qual desses a sua empresa se encaixa?
Nível 1: escolha esse nível se o foco será em aprimoramentos do que já existe. No nível 1, a empresa melhora o que ela já faz.
Nível 2: nesse nível, o objetivo é entrar em novos mercados com base nos mercados e no know-how que a empresa já domina. É preciso dominar o mercado principal e buscar mercados semelhantes.
Nível 3: o terceiro e último nível é o estado em que as startups se encontram. A inovação aqui conta com ideias ainda não validadas que precisam ser testadas. Maior risco, maior possibilidade de retorno.
Defina o foco de inovação
Também há dois tipos de focos que a empresa precisa escolher para começar a inovar: o foco único e o multifoco.
Com um foco único definido, as inovações concentram-se em apenas um ponto. Com vários pontos focais, é possível trabalhar em pontos, níveis e tipos de inovação diferentes ao mesmo tempo.
Também é importante definir que tipo de inovação a empresa quer adotar. Nos níveis 1 e 2, inovações incrementais e arquitetônicas podem ser adotadas. No nível 3, serão inovações radicais ou disruptivas.
Pontos importantes para inovar
Com o nível, foco e tipo de inovação definidos, vamos ver alguns pontos que são muito importantes para garantir que a empresa realmente consiga inovar.
Cultura de inovação: algumas inovações podem surgir em áreas focadas só para isso. Mas, se quiser ir além, é preciso promover uma cultura de inovação na empresa, que seja aberta para novas ideias, para erros e que acredite na aprendizagem organizacional.
Aprendizagem organizacional: a aprendizagem organizacional é o foco da empresa em aprender. Saber o que deu ou não certo, tanto quanto conhecer o mercado, pode ser muito útil para futuras inovações.
Processo de inovação: como quase tudo na empresa, inovar também pode ser um processo, desde que não seja rígido e burocrático. Algumas boas práticas podem ser tomadas para agilizar a inovação.
Liderança na inovação: um dos aspectos mais importantes para garantir inovações é ter uma liderança que realmente acredite nisso. Os líderes devem abrir as portas e deixar a inovação fluir.
Contexto e ambiente externo: saber onde sua empresa se encontra, como se posiciona no ecossistema de inovação e entender o próprio mercado também são pontos importantes.
Está pronto para inovar na sua empresa!?
Exemplos de inovação
Chegando ao final do texto, gostaria de deixar tudo que foi falado mais claro. E que forma de fazer isso é melhor do que através de exemplos, não é mesmo?
Uber
O primeiro exemplo de inovação é a Uber. Essa empresa revolucionou completamente um mercado já existente, mudando a forma como nos locomovemos hoje.
A inovação nasceu de um problema do próprio fundador com os até então predominantes táxis. Seu serviço era, muitas vezes, de má qualidade, imprevisível e possuía diversos problemas.
Como uma solução inovadora, a empresa comprometeu-se com uma proposta de valor: levar as pessoas de um canto a outro com conforto, segurança, facilidade e economia.
Amazon
A Amazon está entre uma das empresas mais inovadoras do mundo, e ela já nasceu de forma inovadora. O principal fator que Jeff Bezos considerou ao abrir a Amazon foi o tamanho do mercado! Como assim?
Ao perceber o gigante crescimento da Internet, ele decidiu que queria entrar nesse mercado, o produto veio só depois: ele começou com livros e só depois foi expandindo para ser a “loja de tudo”.
Hoje a Amazon adota uma série de práticas inovadoras. Sua obsessão pelo cliente e todos os outros princípios adotados na empresa garantem uma grande fonte de inovação.
Apple
E, claro, eu não poderia deixar de citar a Apple aqui, considerada a empresa mais inovadora do mundo. Fundada com o propósito de levar o poder computacional para todos, mudou nossas vidas completamente.
Com a volta de Steve Jobs ao cargo de CEO em 1997, todos os gerentes-gerais foram dispensados, acabando como a estrutura convencional, que era dividida em unidades de negócios, cada uma com suas responsabilidades de lucros e prejuízos.
Ele uniu toda a empresa numa organização funcional, onde todas passaram a responder para apenas um relatório de lucros e prejuízos. A empresa passou a ser dividida por funções, com os líderes de cada área sendo os mais experientes naquela função.
Sua jornada começa agora!
Agora que você sabe o que é inovação, seus tipos e como inovar na prática, tanto em grandes empresas quanto com o seu próprio negócio, está na hora de botar a mão na massa.
Através dos nossos conteúdos, vamos dar todo o apoio necessário para que você trilhe uma grande jornada inovadora. Para não perder nada que postamos é só colocar o seu email no espaço abaixo!
Espero que esse artigo tenha ajudado e inspirado você a ser uma pessoa mais inovadora. Até o próximo!
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