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Customer Discovery na prática: roteiro de entrevistas que realmente gera insight acionável

Customer Discovery na prática: roteiro de entrevistas que realmente gera insight acionável

A maioria dos founders faz customer discovery para validar o que já acredita e não para aprender o que ainda não sabe.

O problema? Isso gera produtos baseados em suposições, não em dados reais.
Uma boa entrevista de customer discovery pode salvar meses (ou anos) de trabalho perdido.

Neste post, você vai aprender:

  • Como montar um roteiro eficiente
  • Quem deve ser entrevistado
  • O que perguntar (e o que evitar)
  • Como transformar conversas em decisões de produto

1. O objetivo real da entrevista de customer discovery

Customer discovery não é pesquisa de mercado.
Também não é pitching da sua ideia.

É um processo investigativo para entender se o problema que você quer resolver é real, relevante e frequente para o público certo.

📌 O foco está no passado e no comportamento real do usuário, não em suposições ou opiniões.

2. Quem entrevistar: como montar uma amostra relevante

Evite o erro clássico de entrevistar só amigos e familiares. A amostra ideal deve conter:

✅ Pessoas que vivenciam o contexto da dor
✅ Diversidade de perfis dentro do segmento
✅ Usuários potenciais, não genéricos

🔢 Recomendado: 10 a 30 entrevistas qualitativas no estágio inicial. A partir da décima, padrões começam a surgir.

3. Estrutura prática: 3 blocos que não podem faltar

🟡 Bloco 1 – Contexto do dia a dia

“Me conta como é um dia típico seu em relação a [tema da sua solução]?”
“O que costuma te tomar mais tempo/nervos nesse processo?”

Objetivo: entender rotina, prioridades, linguagem do usuário.

🟠 Bloco 2 – Comportamento passado

“Você já passou por alguma situação difícil relacionada a isso?”
“O que você fez para resolver?”
“Funcionou? Por quê?”

Objetivo: identificar se a dor existe e como a pessoa reage a ela.

🔴 Bloco 3 – Impacto e importância

“Como esse problema afeta sua vida/trabalho?”
“O que aconteceria se ele deixasse de existir?”

Objetivo: avaliar urgência, relevância e disposição para buscar solução.

4. O que evitar: perguntas que destroem a validação

Evite perguntas que induzem a resposta ou validam a solução antes da hora:

🚫 “Você usaria um app que fizesse X?”
🚫 “Você pagaria por isso?”
🚫 “Você acha a minha ideia boa?”

Essas perguntas geram viés de confirmação. O usuário vai querer agradar — e você vai sair com “validações” vazias.

5. Como transformar conversas em aprendizado acionável

Depois das entrevistas:

  1. Transcreva ou registre os aprendizados principais
  2. Tabule os dados por blocos temáticos (ex: rotina, dor, tentativas)
  3. Identifique padrões — termos que se repetem, frustrações comuns
  4. Transforme os padrões em hipóteses de solução

💡 Exemplo de insight:

“80% dos entrevistados disseram que tentaram resolver com planilhas, mas abandonaram em 2 semanas.”

👉 Isso pode inspirar um MVP de UX mais simples ou onboarding gamificado.

Conclusão: insight > opinião

Boas entrevistas não servem para você ouvir o que quer. Servem para descobrir o que precisa.
Customer discovery é escuta ativa com método.
Feita do jeito certo, transforma achismo em produto real com chance de tração.
Não construa no escuro. Valide primeiro.

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