Quando utilizada da maneira certa, essa estratégia é capaz de impulsionar o faturamento e o valor de mercado de uma empresa em pouco tempo
Amazon, linkedin, Facebook, Airbnb, Waze. O que essas marcas internacionais têm em comum?
Ambas utilizaram o blitzscaling como estratégia de crescimento.
Tendo como exemplo os resultados de grandes empresas, todo empreendedor busca também impulsionar seu negócio de maneira exponencial e constante.
Por isso, nesse artigo vamos falar sobre o blitzscaling. Desde sua origem, as etapas e como implementar esse modelo na sua empresa para decolar tanto quanto as marcas mundiais.
O que você vai aprender:
A origem do termo blitzscaling
Antes de mais nada, precisamos te situar sobre a origem desse termo que é considerado o Oráculo do Vale do Silício.
Reid Hoffman é o nome por trás da criação do conceito de blitzscaling. O fundador do Linkedin se baseou no “blitzkrieg”, uma tática militar do exército alemão usada durante a Segunda Guerra Mundial.
O principal objetivo era surpreender os adversários, diminuindo a possibilidade de contra-ataque. Para isso, os soldados carregavam somente o necessário, a fim de ganhar mobilidade.
Além disso, era muito comum que eles tivessem que tomar decisões rápidas sem muito tempo para pesar as possíveis perdas.
Como resultado desse “ataque-relâmpago”, a Alemanha conseguiu invadir quase toda a Europa.
Segundo Hoffman, a metodologia do blitzscaling funciona de maneira similar, mas em startups:
“Uma startup que precisa se mover rápido, tem mais risco embutido do que uma empresa passando pelo processo normal e racional de expansão. Esse tipo de velocidade é necessária por razões ofensivas e defensivas.”
O empresário e autor explica tudo sobre o método em seu livro “Blitzscaling: o caminho vertiginoso para construir negócios extremamente valiosos”. Escrito em conjunto com Chris Yeh, empresário, investidor, consultor e envolvido com criação e aceleração de startups desde 1995.
E se levarmos em consideração as empresas que utilizaram essa estratégia, percebemos o quão efetiva ela pode ser.
Embora tenhamos usado como exemplo grandes companhias de tecnologia (Amazon, linkedin, Facebook, Airbnb, Waze), a metodologia da blitzscaling pode e deve ser aplicada por empresas menores dos mais diversos segmentos.
O que é o blitzscaling
Agora que você já entendeu a origem do tempo, vamos te explicar o que é o blitzscaling na prática e porque ele é tão importante em empresas que desejam crescer de forma escalável.
O termo é a junção de duas palavras em alemão e inglês. Blitz, do alemão, relâmpago. E scaling, do inglês, escalada. Logo, escalada relâmpago.
E é exatamente nessa ideia que o blitzscaling se baseia.
Ele é muito utilizado por empresas que querem conquistar um grande público consumidor sem precisar elevar os custos. Nesse momento você deve estar se perguntando: isso é realmente possível?
A resposta é SIM!
No entanto, assim como os soldados alemães precisavam agir rápido sem muito tempo para medir consequências, o mesmo acontece com empresas que adotam a metodologia.
Portanto, antes de mais nada, é necessário definir suas prioridades e focar nelas. Para mais tarde ajustar possíveis falhas.
Desse modo, a empresa pula a etapa de testar o que pode ou não funcionar e parte direto para a ação.
O blitzscaling vai na contramão do modelo de crescimento padrão, já que o objetivo é justamente crescer a uma taxa maior do que a de seus concorrentes.
Os 5 estágios do blitzscaling
Em seu livro, Hoffman e Yeh descrevem as cinco fases de uma empresa e quais devem ser as prioridades em cada uma delas.
As etapas são definidas como:
- Família
- Tribo
- Vila
- Cidade
- Nação
Família
Nessa primeira etapa a sua empresa ainda está se estruturando. Em síntese, a família representa a base onde a instituição estrutura seus planos.
Então aqui a prioridade deve ser o desenvolvimento do seu produto, após a validação do seu MVP, além da criação da proposta de valor.
É importante usar essa fase para focar em como deixar seu produto ou serviço atraente e diferenciado. Você também pode definir o papel de cada um dos sócios e contratar os primeiros funcionários.
Tribo
Antes de entrar nessa etapa é indispensável que seu produto já esteja 100% definido, validado e ajustado com os feedbacks recebidos dos consumidores. Somente assim você pode entrar na tribo.
A tribo é a fase de agilidade e onde você vai em busca de investimentos e recursos para sustentar sua escalada.
Você deve usar esse momento para investir em ferramentas que impulsionam o seu crescimento. Por exemplo, um marketplace para atingir mais clientes, investir em campanhas pagas nas redes sociais e ampliação de equipe.
Vila
Agora é hora de escalar!
Essa fase deixa a experimentação de lado e passa a focar na análise do mercado em que a empresa está inserida. Estude a concorrência, aperfeiçoe seu produto, caso seja necessário, e crie um plano de crescimento.
Na vila também é importante repensar cada um dos membros da sua equipe. Se eles foram contratados na fase de família, reflita quais deles continuam contribuindo nas etapas subsequentes.
Cidade
Na fase de cidade é comum que as empresas já possuam mais de um produto como fonte de receita, além de um time de colaboradores bem estruturado.
No blitzscaling, a etapa de cidade é aquela onde a empresa deve “subir a barra”. Ou seja, se o primeiro e principal objetivo já foi alcançado, então está na hora de definir uma meta mais ousada, visando ainda mais crescimento e faturamento.
É geralmente nessa fase que algumas organizações decidem expandir sua área de atuação, iniciando a internacionalização e entrando em novos países.
Nação
Em empresas de grande porte e que estão no processo de se tornarem mundiais, a nação é o momento de alinhar as equipes que estão espalhadas por todo o mundo. Além de se adaptar às novas realidades culturais de cada local.
Por outro lado, para empresas menores, esse pode ser o momento de oferecer produtos ou serviços de forma digital, transição do escritório físico para o virtual e requalificação dos profissionais de acordo com suas competências.
Exemplos de empresas que usaram o blitzscaling
Existem várias empresas mundialmente conhecidas que utilizaram essa tática. Mas em duas delas, o resultado do blitzscaling pode ser facilmente percebido em números.
O Google em 2001 possuía 284 funcionários e cerca de 86 milhões de dólares em receita. Em 2007, a empresa cresceu para mais de 16 mil funcionários e uma receita de 16 bilhões de dólares.
Esse crescimento equivale a uma equipe 59 vezes maior e uma receita 193 vezes maior, tudo isso em apenas seis anos.
Já a Amazon, outro case de sucesso do blitzscaling, iniciava em 1996 seu processo de abertura de capital da Amazon Books. Na época, a empresa contava com 151 funcionários e uma receita de aproximadamente 5 milhões de dólares.
Três anos depois, em 1999, a Amazon cresceu para mais de 7 mil funcionários e uma receita de mais de 1 bilhão de dólares. Ou seja, uma equipe 50 vezes maior e um aumento na receita de 322 vezes maior.
Quando começar e quando parar o blitzscaling
Saber o tempo certo de iniciar e parar o blitzscaling pode ser determinante para o sucesso da sua escalada.
Ele deve ser utilizado apenas quando você observar uma grande oportunidade de mercado que ainda não foi desbravada.
Caso essa oportunidade possa vir a ser percebida por um concorrente, então a transformação rápida e as falhas decorrentes do blitzscaling são compensadas com a eliminação da possível concorrência.
Já o momento de parar é aquele em que você observa uma certa desaceleração do mercado, com a diminuição de novas oportunidades.
Você também pode usar como sinal de alerta a baixa produtividade dos colaboradores e a taxa decrescente de crescimento da empresa.
As regras controversas do blitzscaling
Além de seguir as cinco fases propostas pelo blitzscaling, da mesma forma você precisa seguir à risca algumas regras dessa metodologia.
Elas são consideradas regras controversas pois vão contra o modelo tradicional de construção e desenvolvimento de empresas.
Mas lembre-se que o blitzscaling procura justamente isso, fugir do comum para crescer além do comum.
As regras são:
- Abrace o caos
- Contrate quem é adequado no momento
- Tolere uma gestão “capenga”
- Lance um produto que o incomode por ser imperfeito
- Deixe acontecer naturalmente
- Implemente ações não escaláveis
- Ignore seus clientes
- Levante o máximo de capital possível
- Desenvolva a cultura de sua empresa
Achou as regras um pouco radicais? Isso é porque elas são mesmo. Mas todas elas foram baseadas em uma metodologia que funciona por ser radical.
O blitzscaling é acima de tudo uma tática para empreendedores ousados e destemidos, que não medem esforços para fazer sua empresa crescer.
Se você é um deles, então tenha certeza de que seguindo todas as fases propostas e colocando as regras em prática, seu negócio pode ser o próximo usado como um case de sucesso do blitzscaling.
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Perguntas Frequentes
Quem criou o termo blitzscaling?
O responsável pela criação dessa metodologia foi Reid Hoffman, o fundador do Linkedin. Ele se baseou no “blitzkrieg”, uma tática militar do exército alemão usada durante a Segunda Guerra Mundial.
O que é o blitzscaling?
O blitzscaling é uma trajetória de negócios para acelerar o crescimento de uma empresa focando nas prioridades de cada fase.
Quais são as cinco fases do blitzscaling?
- Família
- Tribo
- Vila
- Cidade
- Nação
Quais são as empresas mundiais que utilizaram o blitzscaling?
Algumas das empresas mundialmente conhecidas são: Facebook, Amazon, Linkedin, Airbnb, Waze, Google e Paypal.